
Outro dia um bate-boca com pessoa da família me levou a pensar longamente sobre vários aspectos de minha vida e personalidade. Ao fim de algumas horas de reflexão, cheguei a conclusão de que (segurem-se) sou a pessoa mais bacana do mundo (hein?).
Sim, sim. Isso mesmo. A pessoa mais bacana do mundo (não que eu tenha nascido assim. Na verdade, só agora, aos 30 alcancei tal posto).
É claro que me lembrei de Madre Tereza, Ghandi, Jesus e uma penca de abnegados. Calma. Não me acho mais bacana que eles, mas também não acho justo coloca-los entre as PESSOAS, entende?
Também não me acho mais legal que Madonna, Brad Pitt, Angelina Jollie, Ivete Sangalo, Marília Gabriela ou qualquer outra personalidade interessante do show biz.
Mas não estou falando de ser legal, perceba. Tô falando de ser bacana, sabe como? Tipo, quando você está cansada, morta de fome e só quer comprar uma lasanha pronta pra devorar e dormir, mas a fila do mercado tá quilométrica e alguém te dá a vez. Ou quando alguém te elogia bonitinho só porque é verdade, oras. Ou quando te perguntam “como você está” e realmente está-se interessado em ouvir a resposta.
Sabe essas coisinhas simples que fazem o dia de qualquer um melhorar? Isso é que é bacana!
Então, entre as pessoas-pessoas-mesmo (aquelas sem muita vocação para doação, divindade ou indústria do entretenimento), eu acho mesmo que sou a mais bacana do mundo. A seguir provas cabais:
- Penso o tempo todo em como o que eu faço ou falo pode afetar as pessoas. Chega a ser irritante. Infelizmente não é nem uma questão de escolha e infelizmente tem coisas que passam batido nesse meu radar;
- Tento reconhecer minhas falhas. Quando peço desculpas (e eu peço com considerável frequência), é SUPER DE VERDADE. I’m sorry and I mean it!;
- Quando aceito desculpas (e eu sempre aceito), zero totalmente o inventário de ressentimentos com a pessoa;
- Às vezes quando eu grito, minha intenção é só comunicar uma mágoa. Faço questão de comunicar. Ninguém merece ser punido sem saber por que.
- Incentivo o bofe a ter uma vida social que não me inclua (mesmo ele não me retribuindo);
- Quando um amigo educadamente me evita, recolho-me a minha insignificância. Não tento impor minha presença. Respeito seu momento. Cada um tem direito a escolher o círculo social que lhe agrada.
- Agradeço.
- Não exijo, nem espero gratidão.
- Sou fiel como um cachorro. Defendo os meus sempre. Me envolvo. Tomo partido. Porque sou fiel ao que sinto e ao que acho justo. Mais uma vez, não é uma questão de escolha.
- Sou muito verdadeira, mas sei o valor de uma mentirinha terapêutica ou de uma omissão. Sinceridade é importante, mas não é desculpa para ser rude.
- Tento sempre não ser desagradável. Mesmo com quem faz questão de ser comigo.
- Tolero opiniões diferentes, religiões diferentes, estéticas diferentes. Respeito tudo que possa te trazer felicidade. Respeito MESMO.
- Só não acredito nas pessoas quando alguma coisa em mim grita o contrário.
- SEMPRE dou o benefício da dúvida.
Mas não se engane. A pessoa mais bacana do mundo tem defeitos como qualquer outra (arrogância, talvez…, tendência a se fazer de vítima, total falta de traquejo social, uma tpm filhadaputa, desorganização, atraso sistemático, preguiça, etc, etc, etc).
Só procuro não permitir que esses defeitos tragam infelicidade para os outros.
Nem sempre consigo. Mas eu JURO que tento.
Tão simples.

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Ps,Achei este texto em minhas garimpagens diarias,lembrei-me de ratazanas,elas tambbém amam,não so copulam.