
"Escrever poesia é um labor que nasce sempre de uma necessidade de expulsão interior. Qualquer um o pode fazer, e sem dúvida que todos o fazemos em diferentes alturas da nossa vida. Quer a confessemos ou não, a poesia existe na alma de cada ser humano, e quando esta se enche e quase parece querer transbordar, e afogar-nos nessa torrente incessante, são as palavras que nos assistem no escape dessa cheia que mal sabemos explicar de outra forma.
Quando comecei a escrever poesia foi nesse exato pressuposto. Mal sabia o que me afligia, mas tinha de tentar descrevê-lo de alguma forma. Era um jovem que ainda brincava com o pião e a bola, mas que também já moldava cá dentro o cerne de amores juvenis tão loucos e potentes, que só com a caneta os conseguia acalmar.
Foi assim que muitos destes poemas nasceram. A poesia para mim sempre foi esse vazamento, essa fuga, todavia, e certamente que assim será para muitos também, é sobretudo pelo amor, pela desilusão, pela paixão e pela tristeza que a poesia melhor se desenvolveu nas minhas mãos.
Cada um destes versos conta a história de um momento singular, e mormente surjam sem ordem aparente nestas páginas, são o relato, poético, de tantos, muitos dias da minha vida, vividos assim, como todos os vivemos, por vezes por tudo, por vezes por nada, porém todos eles, merecedores de não serem nunca, esquecidos cá dentro."
Casimiro Teixeira
Fonte do texto e Imagem
http://viajarpelaleitura.blogspot.com/2011/07/passatempo-poemas-por-tudo-e-por-nada.html