
Como medir a dor? Para os terremotos a escala de Richter, para os furacões, a escala de Saffir-Simpson, para a força dos ventos, a escala Beaufort,
Todas medem a grandeza do poder de estrago de cada força,
E para as nossas dores existem escalas?
Claro que não, a sua dor não tem tamanho,
Não sai nas revistas, porque não dá para imprimir,
Nem no seu blog dá para exprimir,
Nem pintando com as mais variadas tintas,
Quem é que pode sentir o que você sente?
Por isso, não se demore na dor,
Não estacione nos pensamentos que te afligem,
Que te remetem ao momento onde ela nasceu,
Revivendo a cada instante a mesma sensação,
A perda, a angústia, o desespero,
Devem ser esquecidos, sob pena de reviver,
A mesma dor diversas vezes,
E se já foi difícil passar por ela uma vez,
Imagine conviver com ela em flashback diariamente?
Derrame as lágrimas necessárias, desabafe mesmo,
A dor represada forma um rio com águas paradas,
E água parada apodrece, fede e cria bichos,
Mas depois do desabafo, do choro, do viver o luto,
Enterre o passado, deixe às águas correrem livres,
Porque o rio sempre busca o mar,
E nós sempre deveremos buscar a felicidade,
Num eterno ir e vir, começar e recomeçar,
Não deixando a dor nos parar,
Porque somos feitos na exata medida do amor
Que desejamos viver.
Paulo Roberto Gaefke
Imagem do google