Não é vida nem morte, é uma passagem, nem antes nem depois: somente agora, um minuto nos tantos duma hora.
Uma pausa.
Um intervalo.
Uma viragem.
Prisioneira de mim, onde a coragem de quebrar as algemas, ir-me embora, se tudo o que em mim ria agora chora, se já não me seduz outra viagem?
E nada disto é céu nem é inferno.
Tristeza, só tristeza.
Sol de Inverno, sem uma flor a abrir na minha mão,
Sem um búzio a cantar ao meu ouvido.
Só tristeza, um silêncio desmedido e um pássaro a morrer: meu coração.
Fernanda de Castro