Um dia apos o outro! Confissões de salomão a Sulamita 2ª parte
Voltei para casa. Fiquei surpreso. Descobri que fui traído. Os dois anos de namoro foram por água abaixo. E tudo isso aconteceu durante minhas férias. Voltei para casa e infelizmente descobri este desgosto, estava solteiro novamente, liberto, pronto para voar... Mas aí você apareceu.
É bem verdade que você sempre esteve lá, meio no canto, e eu nunca lhe dei muita atenção. Mas de repente você tornou à única pessoa a me ouvir, minha confidente. E falei tudo. Desabei todas as minhas angustias, desabei como avalanche porque doía, desabei para você ouvir. Cheguei ao ponto de falar que minha vida estava uma bagunça irreversível. Confesso que aquele desabafo foi à melhor coisa que fiz na minha vida. O dia trágico ficou no passado, tão no passado que sobreveio uma amnésia em mim. Eu simplesmente não conseguia lembrar os dois anos de namoro que passei com ela.
Nada melhor que um dia após o outro. Havia passado dois dias desde o ocorrido daquele momento trágico. E neste instante, eu me encontrava na varanda, moldurada por tijolos de barros avermelhadas vinda de Belém, eu pensava em você, e era a todo instante. Foi quando um passarinho surgiu do além e me contou que o seu namorado terminou contigo. Não sabia como reagir diante desta noticia, não sabia se chorava ou se alegrava. Dava passos sobre a corda bamba para não cair. Mesmo assim fui grato ao passarinho. Derrepente, como um flash, veio ao meu coração uma voz dizendo que era à gota da água que faltava para transbordar as chances de conquistá-la.
Um mês se passou, finalmente, naquela noite fatídica do mês de agosto, fomos ao nosso primeiro encontro oficial, e depois daquela noite, tudo mudou. Seguimos a risca as admiráveis fases do namoro. Nunca conseguimos pular as etapas e de forma natural me achava todo desajeitado, um principiante de primeira viagem. Eu me lembro quando peguei em suas mãos delicadas, fitei nos seus olhos incandescentes pela chama do amor e disse com os meus lábios inchados desejando-a: “Fica comigo!” Você retribuiu os meus gestos e disse: “Sim”, mais ai, por um relance, você mudou de opinião dizendo: “De jeito nenhum”. Como se estivesse aplicando um teste. Pensei que você tinha tirado todas as possibilidades de namorá-la, e sei que fizeste isso para ver do que eu era capaz de fazer.
O outono chegou, e os dias ficavam ainda melhores. Você deitou-se na rede, eu procurei as beiradas para sentar-me ao seu lado. Quando encontrei olhei pra ti, os seus olhos brilhavam, e que brilho. Pareciam que o universo era ali, as galáxias, as estrelas, as constelações, os planetas, os cometas. Todos reunidos em um mesmo lugar, reunidos por uma causa, reunidos para demonstrar o amor. Meu coração pulava descaradamente de prazer, senti-me que iria ter um infarto quando disse que te amo. Mas me acalmei entre os seus braços macios.
Você era tímida e eu também. Aproximei o meu corpo do seu. E pude sentir a sua respiração forte, sentir as suas veias saltarem na passagem do sangue bombeado pelo coração rebelde que não obedecia a sua voz e o desejo de acalmá-lo. O seu nervosismo era o meu também. Tudo era mágico. Por um instante, molhei o dedo no tinteiro e iniciei uma escrita no seu pulso. A primeira letra foi “E” depois coloquei um “U”, ai você molhou o seu dedo no tinteiro e escreveu a letra “T”, logo em seguida veio à letra “E”, realmente era um momento mágico, você me deu a chance de concluir, e aproveitei a oportunidade que tive para escrever a letra “A”, em seguida veio a letra “M”, acompanhado com a letra “O”. E na mesma junção de palavras, na mesma simplicidade, no mesmo tempo, com a mesma fonética e o mesmo tom. Nós líamos sussurrando um para o outro “Eu te amo”.
Os sussurros estremeceram as nossas estruturas e ficamos...
Salomão - Filho de David (Cont)]
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