Almas gêmeas, conforme o entendimento
vulgar, não existem.
O que existem são
Espíritos com
profundos laços de afinidade,
que muitas vezes se
encontram na vida
enquanto encarnados.
Podemos dizer, sim,
que existem almas com
grande afeição
mútua. Somos
individualidades, e, como tal,
não há espíritos que
se complementem uns
aos outros, como se
por si só não fossem
inteiros, um!
A idéia de almas
gêmeas vem do fato que
muitos atribuem tal
termo a espíritos afins,
e que caminham
juntos, mas sem a idéia de
que tal caminhada não
seria possível sem a
presença do outro.
Esta união baseia-se no
amor, não
necessariamente entre homem e
mulher, mas entre
seres que partilham deste
sentimento das mais
diversas formas
possíveis.
A seguir,
transcrevemos as questões de O
Livro dos Espíritos,
de Alan Kardec, que nos
orientam de modo
seguro para o
entendimento do
assunto:
291. Além da simpatia
geral, oriunda da
semelhança que entre
eles exista, votam-
se os Espíritos
recíprocas afeições
particulares?
"Do mesmo modo
que os homens, sendo,
porém, que mais forte
é o laço que prende
os Espíritos uns aos
outros, quando
carentes de corpo
material, porque então
esse laço não se acha
exposto às
vicissitudes das
paixões".
297. Continua a
existir sempre, no mundo
dos Espíritos, a
afeição mútua que dois
seres se consagraram
na Terra?
"Sem dúvida,
desde que originada de
verdadeira simpatia.
Se, porém, nasceu
principalmente de
causas de ordem física,
desaparece com a
causa. As afeições entre
os Espíritos são mais
sólidas e duráveis do
que na Terra, porque
não se acham
subordinadas aos
caprichos dos interesses
materiais e do
amor-próprio".
298. As almas que
devam unir-se estão,
desde suas origens,
predestinadas a essa
união e cada um de
nós tem, nalguma
parte do Universo,
sua metade, a que
fatalmente um dia
reunirá?
"Não; não há
união particular e fatal, de
duas almas. A união
que há é a de todos os
Espíritos, mas em
graus diversos, segundo a
categoria que ocupam,
isto é, segundo a
perfeição que tenham
adquirido. Quanto
mais perfeitos, tanto
mais unidos. Da
discórdia nascem
todos os males dos
humanos; da concórdia
resulta a completa
felicidade".
299. Em que sentido
se deve entender a
palavra metade, de
que alguns Espíritos
se servem para
designar os Espíritos
simpáticos?
"A expressão é
inexata. Se um Espírito fosse
a metade do outro,
separados os dois,
estariam ambos
incompletos".
300. Se dois
Espíritos perfeitamente
simpáticos se
reunirem, estarão unidos
para todo o sempre,
ou poderão separar-
se e unir-se a outros
Espíritos?
"Todos os
Espíritos estão reciprocamente
unidos. Falo dos que
atingiram a perfeição.
Nas esferas
inferiores, desde que um
Espírito se eleva, já
não simpatiza, como
dantes, com os que
lhe ficaram abaixo".
301. Dois Espíritos
simpáticos são
complemento um do
outro, ou a simpatia
entre eles existente
é resultado de
identidade perfeita?
"A simpatia que
atrai um Espírito para outro
resulta da perfeita
concordância de seus
pendores e instintos.
Se um tivesse que
completar o outro,
perderia a sua
individualidade".
302. A identidade
necessária à existência
da simpatia perfeita
apenas consiste na
analogia dos
pensamentos e sentimentos,
ou também na
uniformidade dos
conhecimentos
adquiridos?
"Na igualdade
dos graus da elevação".
303. Podem tornar-se
de futuro
simpáticos, Espíritos
que presentemente
não o são?
"Todos o serão.
Um Espírito, que hoje está
numa esfera inferior,
ascenderá,
aperfeiçoando-se, à
em que se acha tal
outro Espírito. E
ainda mais depressa se
dará o encontro dos
dois, se o mais elevado,
por suportar mal as
provas a que esteja
submetido, permanecer
estacionário".
a) - Podem deixar de
ser simpáticos um ao
outro dois Espíritos
que já o sejam
"Certamente, se
um deles for preguiçoso".
Nota (de Kardec) -
"A teoria das metades
eternas encerra uma
simples figura,
representativa da
união de dois Espíritos
simpáticos. Trata-se
de uma expressão
usada até na linguagem
vulgar e que se não
deve tomar ao pé da
letra. Não pertencem
decerto a uma ordem
elevada os Espíritos
que a empregaram (no
sentido de metades
eternas - grifo
nosso). Necessariamente,
limitado sendo o
campo de suas idéias,
exprimiram seus
pensamentos com os
termos de que se
teriam utilizado na vida
corporal. Não se
deve, pois, aceitar a idéia
de que, criados um
para o outro, dois
Espíritos tenham,
fatalmente, que se reunir
um dia na eternidade,
depois de haverem
estado separados por
tempo mais ou
menos longo".
Simpatia e antipatia
terrenas
386. Podem dos seres,
que se conheceram
e estimaram,
encontrar-se noutra
existência corporal e
reconhecer-se?
"Reconhecer-se,
não. Podem, porém, sentir-
se atraídos um para o
outro. E,
freqüentemente,
diversa não é a causa de
íntimas ligações
fundadas em sincera
afeição. Um do outro
dois seres se
aproximam devido a
circunstâncias
aparentemente
fortuitas, mas que na
realidade resultam da
atração de dois
Espíritos, que se
buscam reciprocamente
por entre a
multidão".
a) - Não lhes seria
agradável
reconhecerem-se?
"Nem sempre. A
recordação das passadas
existências teria
inconvenientes maiores do
que imaginais. Depois
de mortos,
reconhecer-se-ão e
saberão que tempo
passaram
juntos".
Texto sem autoria*
Imagem facebook.